Gamificação: transformando a energia dos jogos em eficiência

Em frente ao telão ou dentro de campo, a Copa do Mundo concentra diferentes públicos por um objetivo comum: levantar a taça. O mesmo fenômeno acontece com Super Bowl e Jogos Olímpicos, eventos que atraem atenção massiva. Mas como essas competições conseguem transpor tantas barreiras sociais para fortalecer o coletivo? Discordâncias relevadas, lesões recuperadas, superação constante. No final, a vitória é de todos e é isso que a gamificação propõe.

Assim funciona o mecanismo dos jogos, estimulando nosso cérebro. Sejam esportes, tabuleiros, video games… não interessa a modalidade. Porque os princípios que nos fazem passar horas aprimorando uma técnica ou tentando avançar de nível se repetem. Trata-se de desafio, conexão, disputa. Algumas pessoas se atraem mais por dinâmicas cooperativas, há também quem prefira chegar ao topo do pódio sozinho. Cada um tem seu gatilho para ativar o modo “player”.

Perceber o que provoca uma equipe a vencer as próprias limitações, como naquela partida de futebol decisiva, virou importante estratégia nos Recursos Humanos. Hoje em dia, as empresas encontram dificuldade para aumentar o rendimento diante das infinitas distrações que se apresentam durante o expediente. O segredo, ao invés de lutar contra a indústria do entretenimento, é tê-la como aliada. Você pode trazer a animosidade suscitada pelos jogos para dentro do escritório.

Jogos no contexto empresarial

Já pensou se colocássemos tanta energia em atingir as nossas metas semanais quanto na torcida pelo Brasil? É justamente isso que a gamificação propõe. O termo vem somando adeptos e consiste em aproveitar o espírito dos campeonatos esportivos, carteados e RPGs no ambiente organizacional. Sua função é motivar os colaboradores a mudarem o seu comportamento em busca de um propósito positivo.

E não precisa ser o primeiro lugar no mundial. Muitas vezes, nem é sobre o prêmio, mas sim sobre o percurso que leva até ele. Quando tornamos as tarefas rotineiras mais lúdicas, elas deixam de ser apenas mais uma obrigação para representarem checkpoints em uma missão maior. Dá para gamificar um setor, um projeto específico, ou mesmo um treinamento.

Diretora da RB Learning, empresa especializada em Gestão Estratégica de RH, Elenise Rocha explica que existem duas teorias básicas por trás da gamificação. A primeira delas, chamada flow, faz referência à capacidade de mantermos um fluxo de concentração total na atividade que está sendo executada. São aqueles momentos nos quais estamos completamente envolvidos com algo e não vemos o tempo passar. Depois, cita a teoria fun, relacionada ao prazer de realizar uma ação – e facilmente associável à diversão proporcionada por um jogo.

É possível começar com ações simples, sem qualquer investimento financeiro. Pense em bater palmas para as novas vendas que você e seus colegas fecharem. Ou ranquear o time por conquistas naquele quadro branco que ninguém mais usa. Evolua para plataformas de gamificação online, com barras de progresso, badges e moedas virtuais. Vai da criatividade das empresas em conceber narrativas envolventes que conduzam os funcionários ao longo dos achieves, como um herói se aventurando por sua jornada.

Por que gamificar?

São seis os principais benefícios de aplicar a gamificação no meio corporativo, segundo Elenise:

    • 1. Engajar pessoas: aplicada a reuniões de equipe, por exemplo, serve como incentivo à participação dos integrantes.
    • 2. Motivar ações: fica mais fácil de introduzir uma mudança estrutural na empresa, gerenciar demandas, ganhar produtividade.
    • 3. Solucionar problemas: ajuda a identificar oportunidades na melhoria de processos existentes e na criação de novos produtos.
    • 4. Promover aprendizagem: lições gamificadas e experiências imersivas com realidade simulada colaboram para fixar o conhecimento.
    • 5. Fornecer feedback: a avaliação de resultados é imediata, permitindo uma evolução contínua.
    • 6. Medir e acompanhar o desenvolvimento: a gamificação levanta dados críticos para predizer informações.

Ela esteve no NetStorm para demonstrar as possibilidades que esta técnica apresenta ao mundo dos negócios, confira no vídeo abaixo:

A mecânica dos jogos tem sido aplicada em empresas de diversos portes, apresentando eficiência para a gestão de Recursos Humanos. Só não gosta de jogar quem ainda não encontrou um jogo para si. Uma fase importante ao implementar a estratégia, inclusive, é promover um estudo prévio do grupo que será impactado, a fim de entender os seus interesses e tendências comportamentais. Só não vale tirar conclusões antes de experimentar.

E aí, que tal aproveitar o clima da Copa para gamificar o seu entorno?

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